domingo, 8 de agosto de 2010

APÓS ABANDONAR SELEÇÃO EM 2007, MARQUINHOS SE CALA PELO MUNDIAL

Em 2007, Marquinhos disputou o Pré-Olímpico pela seleção e saiu queimado. Disse que Lula [Ferreira], então técnico do Brasil, errava na rotação e que todos os jogadores estavam unidos contra o treinador. Três anos depois ele está de volta à seleção. E ao menos uma coisa ele aprendeu: a ficar calado.

Entrevistar o garoto arisco já era um desafio antes. Agora, ficou mais difícil ainda. "Falar menos é uma das coisas que tento fazer. Quero mais ouvir o que o treinador tem a me dizer e me aplicar aqui dentro", diz o jogador.

O lado irreverente aparece em frases curtas, ditas quase como brincadeira. Um exemplo: "O papo na interna é de ser campeão e buscar o primeiro lugar". Pode parecer óbvio, mas no mundo esportivo, em que dizer que é favorito é quase um palavrão, é uma amostra confiança, às vezes, excessiva.

A presença do jogador no grupo que vai ao Mundial, no entanto, é uma prova de que o argentino Rubén Magnano acredita que pode domar o jogador. O ala era um dos pré-selecionados para o time B que foi ao Sul-Americano da Colômbia. Magnano, no entanto, o puxou para fazer parte do time principal antes mesmo da competição.

Talento para jogar o Mundial ninguém duvida que Marquinhos tem. Com 25 anos, ele tem rodagem de veterano. Jogou na NBA por duas temporadas, pelo New Orleans Hornets - foi companheiro de Chris Paul antes de ser trocado para o Memphis e, em seguida, dispensado. Ainda tem duas passagens pelo basquete italiano. Na última temporada, jogou no Montegranaro, que terminou em sexto na Lega Basket, o nacional italiano.

A dúvida fica por conta do comportamento. Quando ele comemora a nova chance com Magnano e diz que quer se firmar no time brasileiro no Mundial da Turquia, todos se lembram da história negativa com a seleção. Em 2007, ele sofreu uma lesão na mão e abandonou o grupo verde-amarelo nos EUA. Ao voltar ao Brasil, atirou contra o treinador, Lula Ferreira. Antes disso, já tinha brigado com o treinador em convocações anteriores.

A seu favor, Marquinhos se diz mais maduro para lidar com a pressão da seleção. “Estar aqui dentro de novo é muito bom. Aprendi muito durante este tempo em que fiquei de fora. Estar com a seleção é uma satisfação e vivo uma expectativa muito grande para disputar este Mundial. Nem gosto de falar do que passou, pois já ficou lá atrás este episódio”, afirma.

Segundo ele, a relação com o novo comandante é boa. E isso se traduz em muita confiança. Marquinhos se diz adaptado ao jeito firme de Magnano e não se assusta com o tipo controlador do treinador. O tempo de basquete nos EUA e na Europa o ajudou. Nos EUA, foi treinador por Byron Scott. Na Itália, por Fabrizio Frates.

“Como estive na Itália jogando, já estou acostumado com este estilo mais duro de treinar do Magnano. Lá também tive treinadores disciplinadores e me agrada bastante este tipo. Creio que teremos chance de ir bem com ele aqui.".

A seleção está em Brasília, onde participa do torneio Super Four, a partir deste sábado: o primeiro rival brasileiro é a Venezuela, às 12h. Depois disso, a equipe vai para Nova York, seguindo com os amistosos preparatórios para o Mundial da Turquia, que será realizado entre os dias 28 de agosto e 12 de setembro

Fonte: uol basquete

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