sexta-feira, 30 de julho de 2010

ENTREVISTA: JORDAN BURGER


O jovem ala Jordan Burger vive o sonho de treinar com as estrelas do basquete nacional. Jordan integra a seleção brasileira adulta masculina, patrocinada pela Eletrobras, que está se preparando para o 16º Campeonato Mundial da Turquia, que acontece de 28 de agosto a 12 de setembro. Aos 19 anos, o ala brasileiro mostra decisão e maturidade desde cedo. O catarinense começou no basquete aos nove anos por influencia do irmão mais velho. Depois de defender o Joinville no Campeonato Nacional, com apenas 14 anos foi contratado pelo Sevilla Cajasol, onde vive até hoje.

Como está sendo a experiência de treinar com o técnico Rubén Magnano?

Já conhecia o Magnano. Ele foi técnico da minha atual equipe na Espanha, mas nunca havia ficado sob o comando dele. Na época eu era do cadete e ele técnico da ACB, primeira divisão. Estou acostumado com o ritmo de jogo que ele comanda, sempre que dava acompanhava os treinamentos da equipe principal. Estar agora na seleção do meu país, e principalmente, convocado por ele me dá uma sensação incrível. É muito gratificante ser lembrado mesmo jogando fora do país.

Quais são as chances do Brasil no mundial?

A minha expectativa é a melhor possível. Estou muito confiante. É um grupo que está bastante preparado e dessa vez completo. Tenho certeza de que teremos um resultado positivo. Espero conseguir fazer parte disso. Seria sensacional.

Você treinou com a seleção adulta no ano passado. O que melhorou de lá para cá?

Esse é o segundo ano que participo dos treinamentos da seleção brasileira. Em julho de 2009, estive na primeira fase de preparação para os Jogos da Lusofonia. Depois em agosto do mesmo ano, joguei o torneio Nike Global Challenger, em Portland (EUA). Essa é a primeira vez que tenho a oportunidade de estar com a seleção principal, o que é um privilégio muito grande. Além disso, todos os meus companheiros têm me dado muita força para continuar.

Os atletas mais experientes dão dicas aos calouros?

Para mim todos os atletas mais experientes tanto do Brasil, Europa e NBA são muito legais com o grupo jovem (eu, Raul e Bebê). Está sendo muito bom estar aqui e aprender com todos. O Nenê, apesar de pivô e eu ala, é o que mais me dá dicas e me incentiva. Ele sempre diz que eu preciso arriscar mais e deixar a timidez de lado. Acho muito bacana da parte dele dar esses toques. Mas por causa da minha posição procuro sempre ficar de olho no Marquinhos e no Alex e tentar pegar coisas novas.

Você é uma das promessas para o ciclo olímpico até Rio 2016. Você se sente pressionado?

Não. Sei que a responsabilidade é grande, mas estou tranquilo e pronto para desempenhar bem minha função, que é ajudar o grupo. Estou sempre pronto para representar o meu país. E quero desde agora mostrar ao Magnano que posso ser útil no Mundial da Turquia. Farei todo o possível para fazer bem meu papel e conquistar essa vaga.

Quando e como começou a jogar basquete? Sempre esteve nos seus planos?

Comecei por acaso aos nove anos, em Florianópolis (SC). Eu jogava tênis e levava a sério, mas quando comecei a crescer demais resolvi entrar também no basquete. Cheguei a ganhar um campeonato estadual e um em Floripa quando tinha dez anos. O basquete entrou na minha vida porque meu irmão mais velho praticava e sempre achei divertido. Quando percebi que era mais fácil de conseguir um bom clube no basquete, do que um bom patrocínio no tênis, resolvi me dedicar cem por cento à bola laranja. A cada dia que passa tenho mais certeza de que fiz a escolha certa.

Você foi muito novo para Espanha. Como foi sua adaptação?

Fui para o Sevilla Cajasol, da Espanha, quando eu tinha 14 anos. Foi bem tranquilo para me adaptar. Meu pai passou uma semana comigo para conhecer o clube e a cidade em que eu ia morar. Eu vivia em um hotel, então não tinha problemas com alimentação, até por que sempre comi de tudo. Para andar pela cidade, havia um responsável sempre para me levar e buscar dos treinos. Não tinha muito tempo livre para sentir saudades, até por que minha rotina era bastante corrida. Era casa, treino, escola. Mesmo assim, procurava falar com minha família todos os dias, o que ajudava bastante para diminuir a distância.

Quais seus planos para o futuro? Pretende trocar de time?

Acredito que eu continue no Sevilla Cajasol, pelo menos por mais um ano. Tive convite para jogar em outros países e até uns aqui pelo Brasil. Estou tirando meu passaporte espanhol que é a minha prioridade agora, pois vai facilitar bastante que eu jogue em qualquer lugar. A partir daí posso começar a analisar propostas.

O que você pretende fazer no futuro?

Tenho pretensão de começar a estudar novamente em breve. Penso em fazer um curso que me ajude no futuro. Quero muito trabalhar com basquete para sempre. Mas ainda não pensei de que forma, talvez educação física.

Quando não está treinando ou jogando, o que você gosta de fazer?

Costumo sair bastante com meus amigos para passear, mas quando estou em casa gosto mesmo é de jogar playstation. Jogo muitas partidas de basquete da NBA. Não consigo me ver longe do basquete. Jogar é a minha vida.

O que você diria aos jovens que estão iniciando na modalidade e sonham em integrar uma seleção brasileira?

Vou usar a mesma frase que o Anderson Varejão costuma usar: Comece a jogar basquete, mas sempre se divirta. Os estudos vêm sempre em primeiro lugar. É importante a formação como cidadão. Agora, se você for muito bom no basquete também, se dedique e treine bastante. O fundamental é ser feliz fazendo o que gosta.

Fonte> site CBB

0 comentários:

Postar um comentário

Pesquisar no blog