segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Durant bate records e ganha elogios, mas se inspira em Kobe para melhorar




Técnicos, jogadores, jornalistas, ex-jogadores e público renderam-se a um jogador de 21 anos no Mundial de basquete. Elogios como “imarcável”, “imparável” e “de outro planeta” foram comuns. Cestinha da última temporada da NBA com 30,1 pontos por jogo, Kevin Durant liderou os EUA à medalha de ouro, foi eleito o melhor jogador e estabeleceu uma série de recordes. Para ele, é pouco.

O MUNDIAL DE KEVIN DURANT

  • AP
    Na sua estreia, Kevin Durant foi discreto. Fez 14 pontos e pegou 8 rebotes na vitória sobre a Croácia
  • AP
    Na vitória sobre a Eslovênia, o 1º grande jogo, com 22 pontos e mais 4 assistências e 4 roubos
  • EFE
    Contra o Brasil, susto para os EUA, mas Durant foi chave, marcando 27 pontos, além de 10 rebotes
“Tenho muito a melhorar ainda para ser o jogador que eu quero ser”, disse Durant. “Jogar de costas para a cesta, bater bola melhor, rebote, defesa, há muito trabalho a fazer em todas as áreas do meu jogo. Por isso que todos os dias eu acordo de manhã e vou ao ginásio para melhorar”.
A julgar pelo que é dito sobre Durant, 1) ele realmente acha que tem de melhorar; 2) vai mesmo treinar muito para chegar aonde quer. “Não há nenhum garoto no mundo que goste tanto de jogar basquete quanto ele”, afirma o técnico Mike Krzyzewski. “Ele não sabe parar. Todos que estão na NBA amam jogar basquete, mas eu nunca vi ninguém gostar tanto quanto ele”, disse DJ Augustin, companheiro de equipe de Durant no time do Texas e hoje jogador de NBA, ao repórter Sean Sweeney.
No início da preparação americana, Durant disse à ESPN que a convivência com Kobe Bryant, nos treinos para a Olimpíada de 2008, serviu para motivá-lo. Ele contou que, em um dia de folga, os técnicos colocaram um ônibus e o ginásio à disposição dos jogadores que quisessem treinar arremessos. Durant e Jeff Green, seu companheiro de Oklahoma City Thunder, resolveram ir. Quando chegaram ao ônibus, encontraram apenas Kobe.
“Era o único cara no ônibus, e aquilo foi muito significativo para mim. É o melhor jogador do mundo, e está sempre querendo melhorar. Isso me motivou”, disse Durant. “Ele foi por conta própria, fez um monte de arremessos e quando terminou você podia ver que estava melhor do que quando começou. Foi uma grande inspiração para mim”.
Inspiração em outros jogadores, para Durant, não se resume a atitudes. Quando menor, ele buscava incorporar características de craques ao seu repertório. Em entrevista à revista World Hoops, Durant admitiu que brincava com os amigos e, a cada dia, eles tentavam encarnar um jogador diferente. “Eu assistia a fitas de jogadores como Michael Jordan ou Vince Carter e tentava imitar seus movimentos. Eu tentava tirar algo de cada jogador. Acho que isso me ajudou”.
Na Turquia, Durant bateu o recorde de pontos total de um jogador dos EUA em um Mundial. Contra a Lituânia, seus 38 pontos estabeleceram um novo recorde americano de pontos em um só jogo no torneio. As sete bolas de três que “matou” contra a Turquia igualam um recorde absoluto em uma só partida de Mundial.
Suas atuações conquistaram fãs como o brasileiro Oscar. “O basquete dele é muito simples. Está lá para fazer cesta e acha o jeito mais fácil pra isso. Não enrola muito”, diz Oscar. “Durant é de outro planeta”, postou o pivô esloveno Primoz Brezec em seu twitter durante o primeiro tempo do jogo entre EUA e Turquia. “É difícil parar Durant no um contra um. Hoje, particularmente, ele estava imarcável”, disse o técnico da Lituânia, Kestutis Kemzura. “Ninguém pode realmente pará-lo. Ninguém”, diz o companheiro de equipe Eric Gordon.
O secretário-geral da Fiba, Patrick Baumann, também mostrou-se impressionado “O que ele está fazendo aqui é inacreditável. Ele faz as coisas parecerem fáceis. E tem 21 anos”, afirma. “Ele elevou seu jogo para esta competição. Ele já estava em um nível muito alto e conseguiu elevá-lo”, elogia o técnico Mike Krzyzewski.
Se provavelmente o desempenho no Mundial aumenta o tamanho da popularidade de Durant, ele parece indiferente. “Eu só queria vir aqui e vencer. Sabia que ia ser difícil. Para mim não tinha nada de marketing global nem nada, eu só queria melhorar. E meu time me ajudou em cada treinamento me incentivando para melhorar. Agora estou muito feliz”, disse, medalha de ouro no peito, em entrevista à imprensa.
Para Krzyzewski, palavras sinceras. “O que eu mais gosto nesse menino é que ele é puro”, disse na mesma entrevista, após Durant ter se retirado ao vestiário. “Ele não tenta nada a não ser jogar basquete e melhorar. Ele aprendeu em cinco semanas a ser um melhor jogador internacional. E isso vai ajudá-lo na NBA. Ele é um cara especial. E certamente é um jogador especial”.


Fonte: uol basquete

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